O profissional que se forma em gestão de pessoas ou recursos humanos pode atuar em diferentes segmentos da área de recursos humanos: gestão, recrutamento e seleção de equipe, treinamento e desenvolvimento de funcionários e administração de benefícios e salários.
“Antes, trabalhar no RH era algo completamente operacional. Hoje, a função é muito mais estratégica. O profissional passa a ser parceiro das áreas de negócio. É ele que vai selecionar todas as pessoas que trabalharão na empresa e, por isso, precisa estar alinhado com os objetivos dela”, explica Ana Stella Bonciani, coordenadora da área de gestão de pessoas do Senac São Paulo.
O setor de recursos humanos é, portanto, considerado estratégico, porque tem como missão:
- Gerenciar os funcionários;
- Saber identificar as habilidades;
- Estimular maior produtividade;
- Garantir a qualidade de vida dos empregados
“É importante definir políticas que ajudem as pessoas a conciliar a vida profissional com a vida pessoal. As doenças que mais afastam os funcionários do trabalho são as psicossociais”, diz Maria Amália Catalan, professora do curso de gestão de pessoas e RH na Anhembi Morumbi (SP).
“Por isso, o RH precisa fazer pesquisas internas, descobrir as queixas da equipe e definir ações de combate ao estresse, por exemplo, como convênios com academia ou um dia de home office. Isso é interessante até mesmo do lado econômico. Uma empresa precisa pagar ao funcionário afastado por burnout (esgotamento mental)”, complementa.
Onde é possível trabalhar?
Qualquer empresa precisa de um setor de recursos humanos que vá cuidar da remuneração e dos benefícios dos funcionários, do treinamento da equipe e do recrutamento do time. Isso independe do porte da companhia. “Em pequenas empresas ou startups, por exemplo, o gestor de pessoas é contratado como generalista. Como a equipe é pequena, ele vai precisar entender de todas as tarefas do RH”, explica Maria Amália.
“Já em grandes empresas, o espaço maior é para os especialistas. Elas precisam de experts em benefícios, em recrutamento, em políticas de qualidade de vida. O setor de RH é maior e constituído por funcionários que se aprofundem em determinada área”, diz.
É possível também atuar em consultorias externas. São profissionais contratados para tarefas específicas e temporárias em alguma empresa.
Chefes podem preferir, em algum momento, esse tipo de parceria – justamente por poderem ouvir a opinião de profissionais de RH que não tenham os vícios de quem trabalha internamente na empresa.
O que aprende no curso?
O curso de tecnólogo em gestão de pessoas tem dois anos de graduação. Em geral, tem disciplinas como: administração financeira, comunicação institucional, empreendedorismo, ética, gestão estratégica de pessoas, legislação, psicologia, segurança do trabalho, métodos de contratação e recrutamento.
Qual a média salarial?
Segundo a professora Maria Amália, da Anhembi Morumbi, um profissional em começo de carreira, que trabalhe como analista de RH pode ganhar a partir de R$ 2 mil.
Quando promovido a analista sênior, a remuneração pode chegar a R$ 7 mil, dependendo do porte da empresa.
Depois, o funcionário pode se tornar supervisor pode ganhar cerca de R$ 9 mil.
“Um gerente de RH costuma ter um salário igual ao do diretor comercial, chegando a R$ 30 mil ou R$ 40 mil”, explica a docente.
De acordo com o guia salarial da Robert Half, os salários em 2018 eram em média, de:
Analista de RH
Empresas pequenas/médias – R$ 4,8 mil a R$ 7 mil
Empresas grandes – R$6 mil a R$ 9,1 mil
Coordenador/especialista de RH
Empresas pequenas/médias – R$ 7,2 mil a R$ 10,5 mil
Empresas grandes – R$ 10 mil a R$ 13,5 mil
Gerente de RH
Empresas pequenas/médias – R$ 11 mil a R$ 18 mil
Empresas grandes – R$ 13,5 mil a R$ 28 mil
Diretor de RH
Empresas pequenas/médias – R$ 21 mil a R$ 35 mil
Empresas grandes – R$ 26 mil a R$ 52 mil
Qual perfil para se dar bem na área?
Para Ana Stella, do Senac-SP, as principais características para atuar na área são: visão humanizada do trabalho e sensibilidade, para saber ouvir as queixas e os problemas das equipes; perfil comunicativo, já que o profissional vai ser procurado pelos funcionários para tirar dúvidas, por exemplo;
olhar atento para o mercado e capacidade de inovar; interesse por tecnologia, visto que a profissão envolve contato com sistemas automatizados para controle de folha de pagamento; habilidade em motivar pessoas, mesmo em momentos de crise